quarta-feira, 19 de março de 2014

Aulas de canto por Skype - parte 3

Última parte do texto sobre aulas online.

Uma aula de canto não é feita apenas de toca isso e canta aquilo, existe a relação aluno e professor, o contato físico para mostrar formas de ajustar posturas de pescoço, coluna, respiração, trato vocal, etc. Existe a relação entre duas pessoas se entendendo e se comunicando, vocal e visualmente, tanto é que alunos e professores muitas vezes se tornam amigos, mas será que tudo isso é impossibilitado virtualmente?

Óbvio, esqueça contato físico, o professor precisa de um conhecimento mais esclarecido do que quer para poder explicar ao aluno o que ele deve fazer e sentir, sem tocar.
Já o contato pessoal... Sem dúvidas existem diferenças, mas quantos casos não são relatados de amizades, namoros, e até casamentos virtuais? Se uma pessoa pode namorar por uma câmera, ela pode criar vínculos de confiança com um professor e sentir segurança para cantar e trocar informações.

Aulas pela internet pedem uma atenção especial dos alunos, eles precisam estar 100% ligados o tempo ao que estão fazendo. As dificuldades com qualidade de som, perspectiva de imagem e campo de visão, além da impossibilidade de correção imediata e contato físico reduzem a atuação do professor, removendo "muletas" que aulas comuns podem proporcionar. Se você faz, ou quer fazer aulas online, saiba que o sucesso vai depender ainda mais de você do que nas aulas presenciais.

Podemos concluir que, em um mundo complicado, onde as pessoas tem pouco tempo livre às vezes até para suas famílias, poupar desgaste com deslocamentos em grandes centros urbanos, risco de assalto, problemas com enchentes, etc., é sempre positivo.
Muitos locais ainda são mais isolados, têm pouca oferta de serviços de qualidade, mas seus moradores procuram cada vez mais praticidade, e as educações à distância, como aulas de canto online, são uma tendência que tendem a crescer demais.

Notamos que existem muito complicadores pela tecnologia, mas isso mudará com o tempo, e em breve talvez não exista nem mais o delay, e tecnologias como kinect possam ajudar a aumentar a presença. Apesar desses problemas, nós nos adaptamos rapidamente.
Nas primeiras aulas online, eu parecia um ET, sem saber o que fazer nesse mundo estranho, mas logo se tornou tão habitual quanto uma aula presencial, e hoje não sinto grandes diferenças entre ministrar aulas online e ao vivo.

As diferenças de planejamento e metodologia existem, mas são adaptáveis, a diferença de qualidade de uma aula presencial e online existe, mas não é algo que afete 100% ou impossibilite o decorrer do ensino. A possibilidade de ter bons professores muitas vezes vai compensar, afinal de contas, um profissional bem preparado é melhor com recursos limitados que um mal preparado cheio da parafernalha.
Se possível, prefira aulas presenciais, elas têm mais possibilidades, mais ferramentas e menor necessidade de adaptações, mas se não for o caso, faça online, sabendo que sua dedicação terá que ser muito maior.

Caso seja um professor que tenha o mesmo preconceito que eu já tive, espero ter ajudado com alguns detalhes de procedimentos. Se tiver dúvidas, pode me procurar. Caso seja um aluno procurando professor e não encontra um em quem confie, os contatos aqui no site, só clicar na aba acima.

Aproveito para agradecer meus colegas do grupo de estudo: Marcella Martinez, Renata Ferreira e Luciano Simões-Silva, o pessoal do CEV - Centro de Estudos da Voz (Mara Behlau, Glaucya Madazio, Claudia Pacheco, etc.), e todos os "alunos cobaias" que ajudaram a testar tudo na prática.

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