terça-feira, 7 de agosto de 2012

Os registros vocais - Parte 2

Hora de falar sobre os registros vocais tradicionais especificamente. São aqueles três, basal, modal e elevado, lembra? Vamos ao primeiro:

Registro Basal

É um som pouco usado no canto, mas visto com frequência na fala, principalmente nos filmes americanos. É o som que fazemos quando imitamos um zumbi, Frankenstein, etc. Nele o músculo CT (lembre-se, o que estica as pregas vocais e deixa o som mais leve e agudo) está quase totalmente relaxado, apenas com ação do TA (músculo vocal, que encurta e aproxima as pregas vocais) e o som é grave (de baixíssima frequência) e se assemelha ao estouro de bolhas ou óleo fritando, daí o apelido vocal fry. Esse tipo de som, quando feito em notas mais agudas é chamado de voz crepitante, mais famoso como Creaky Voice (daí a origem da distorção vocal que alguns chamam de drive Creaky Voice).

Registro Modal

É aqui que as coisas acontecem na maior parte do tempo, onde CT e TA (claro que você lembra deles) interagem de forma intensa e criam a mais variada gama de sons e estilos. O modal é subdividido historicamente em registros peito, cabeça e misto, mas não confundam registros com ressonância, vibração do som, energia cósmica, nada disso, ok? E lembrem-se, essa subdivisão é utilizada de maneira pedagógica.

 - A voz de peito (modal com predomínio de TA)

O termo registro de peito, e também, voz de peito, mecanismo ou voz pesada e registro baixo referem-se ao som produzido pelo corpo principal da prega, que traz toda sua profundidade aproximando-a para a vibração. É o comportamento do TA.
Predomina o uso do músculo Tireoaritenóideo – TA, mais forte, que encurta e engrossa as pregas vocais e aumenta a amplitude da onda mucosa e o movimento das bordas das mesmas (assista o video postado AQUI e repare na mudança da onda no começo, mais grave, para o final, mais agudo). Tem maior quociente de fechamento por ciclo de vibração das pregas vocais, ou seja, as pregas ficam mais tempo fechadas que abertas durante a vibração.

Na visão de cima da laringe as setas mostram o movimento dos músculos vocais, de encurtamento.
Curiosidade: repare como podemos ver uma divisão no músculo TA, a parte mais próxima do centro, é o TA interno, ou tireovocal, a parte mais longe do centro é o TA externo, ou tireomuscular. o TA interno é responsável por esse encurtamento da prega vocal, deixando o som mais grave, enquanto o TA externo ajuda a fechar o espaço entre as pregas, aumentando a intensidade e dando mais "força" ao som.

A "voz de peito" tem como característica um som mais forte, encorpado e consistente, muitos a chamam de “voz plena” em detrimento dos outros registros.
Sua região natural é a mais grave, mas como é uma voz mais forte que a de cabeça muitos estilos a solicitam em regiões mais agudas, como em musicais, no rock, ou mesmo em cantores líricos.

Sabe aquela voz que, normalmente, usamos para dar bronca ou chamar a atenção de alguém? Eis o registro baixo, ou voz de peito, subdivisão do registro modal.
Emite um som normalmente associado ao poder, dramaticidade, firmeza, paixão, força. Ligado à voz masculina.

No próximo, a voz de cabeça e a junção dos subregistros modais.

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