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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Formantes, ressonâncias, sintonização de vogais. Como utilizar? Parte 4

Atenção, esta é a última parte de um texto que começou AQUI. Ler tudo é essencial para a compreensão do que segue.

Algumas estéticas de canto podem querer maior destaque no terceiro harmônico após a região de passagem TA – CT, como é falado por outro cientista vocal, Dr. Hubert Noé, nesse caso, uma laringe mais estabilizada é o desejado, e as vogais soarão menos estridentes. Isso é conseguido deslocando F2 para H3 (em vogais fechadas, como /i/ e /u/, F2 sintoniza com H4). Nesse estilo de mix, as vogais são aproximadas, distanciando-se das extremidades e aproximando-se de vogais mais neutras, como o nosso querido "schwa", a vogal com som oral de â. Pense em cantar todas as vogais sem se destanciar muito desse som, a boca aqui não será aberta com um sorriso, e nem terá uma abertura tão exagerada como no belting.

Mas formantes não atuam sozinhos, e nem se conectam apenas com harmônicos, eles podem atuar em conjunto, criando um agrupamento (ou cluster) dos formantes F3, F4 e F5 chamado de "formante do cantor". Um recurso utilizado por cantores líricos, que gera aumento enorme na intensidade dos harmônicos que estão próximos da região de 2500Hz fazendo com que suas vozes atravessem as orquestras e consigam ser ouvidas pelo público sem necessidade de amplificação.

Agrupamento de formantes não é só coisa de cantor de ópera, acontece também com atores e cantores de estilos mais próximos a fala (até mesmo no pop, rock, jazz, country, etc.), nesse caso o aumento de potência ocorre ao redor de 3500Hz com a aproximação de F4 e F5, e sua função é o aumento da inteligibilidade do texto, segundo o Dr. Dejonckere, e não do volume (estilos musicais de canto amplificado não precisam de aumento de volume/intensidade). 
Stivie Wonder, Bruce Dickinson, Idina Menzel
Luciano Pavarotti, Steven Tyler, Angela Gossow e suas bocas.
Esse controle dos formantes é o que possibilita que possamos praticar o canto harmônico, aquele em que 2 notas são emitidas ao mesmo tempo (falo mais sobre ele AQUI). O controle não é no nível da laringe, mas nos formantes, amplificando 2 deles e abafando os intermediários. O problema é quando você abafa os que não quer quando está praticando canto "normal", é nesses casos que a voz soa "pra dentro" e "sem cor".

O importante disso tudo é que o termo formante nada mais é que a forma como a ciência vocal chama as ressonâncias, e ressonância é resultado da movimentação dos articuladores. Sempre que um professor fala em palato, posição de laringe, língua, abertura de boca, espaço faríngeo, nasalidade, escolhe alguma vogal específica (ou sua forma) para determinado exercício, etc. ele está falando sobre realinhar formantes, de forma consciente ou inconsciente. Melhor se for consciente, pois ele vai ter mais facilidade em identificar que o que falta para determinado ajuste ser bem feito pode algo simples como abrir ou fechar a boca, colocar a língua mais pra frente, mais alta, mais baixa, etc., além do trabalho na laringe.

Falei aqui sobre diversos aspectos acústicos da voz, e de sua relação com a anatomia e fisiologia do trato vocal, e até mesmo da musculatura extrínseca da laringe (pescoço, ombros, cabeça, e tudo que se conecta à laringe de fora), que pode modificá-lo. Alguns autores relacionam os formantes também à movimentação da musculatura intrínseca da laringe (aquela que está dentro da laringe, como TA, CT, CAL, CAP, AA, etc.), o que é óbvio, pois cada movimento desses músculos alteram também o formato do trato vocal, que altera a vibração das pregas vocais (como descrito por Sundberg, com réplica do texto na primeira parte deste artigo), que altera a pressão sub-glótica e todo o ciclo, nos mostrando, mais uma vez, que a voz é o conjunto de um todo, não apenas parte A ou B. A laringe parece comandar todo o mecanismo, mas as demais partes a influenciam e podem acabar com seu desempenho ou aprimorá-lo.

Seria possível afirmar também que a importância dos formantes aumenta em estilos de canto não amplificados, como o lírico, pelo fator impulsionador da intensidade, porém não devemos negligenciar seu papel na construção de timbres e estéticas vocais. A única verdade final e absoluta na ciência, é que ela vai mudar um dia, devemos estar atualizados e abertos a tudo que possa nos ajudar

Bons estudos, e espero que estejam cheios de dúvidas, assim como eu!!

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Formantes, ressonâncias, sintonização de vogais. Como utilizar? Parte 3

Esta é a terceira parte de um texto que começou AQUI

Uma pergunta que me foi feita:

“Formante é uma ferramenta pra medir o canto lírico?”

Não. Formante é um pico de energia em uma região do espectro sonoro, ele define vogais, define timbre e tudo mais relacionado a som, seja no canto (qualquer um), na fala, nos instrumentos musicais e em áreas fora do mundo musical. Em 1938 James Jeans já falava em formantes.
Espectrograma das vogais, na mesma intensidade, com mesmo ajuste muscular na laringe. Cada linha é um harmônico da voz. Quanto mais brilhante, mais reforçado está o harmônico, e isso é resultado dos picos de energia dos formantes.
Alguns pesquisadores da acústica vocal descobriram que a voz tem maior eficiência quando formantes e harmônicos estão sintonizados. Isso amplifica o som ou enfatiza determinada característica do timbre da voz e aprimora a interação entre ressonância e fonte sonora (pregas vocais), reduzindo o esforço.

Sintonizar formante, ou sintonizar vogal, é fazer com que o pico do formante esteja ressoando na mesma frequência de um dos harmônicos escolhidos, e dependendo de qual, um som diferente vai acontecer. Simplificando, você pode pensar que a vogal (formante) ajuda a amplificar determinada nota (harmônicos) ou característica de timbre. 
Voce Vista com a vogal /a/. Na metade de baixo, os picos de
formantes isolados, na de cima, as linhas dos harmônicos
sendo moldadas pelos picos
Um programa de análise acústica mostra isso de forma bem simples  como no print screen que vocês podem ver do programa Voce Vista, mostrando os harmônicos acima e os formantes abaixo, perceba que na imagem de cima os harmônicos formam montes mais altos quando há um pico de formante.

É importante perceber que não existem frequências exatas de formantes para cada vogal, mas regiões, como podemos ver nas tabelas abaixo. O que nos mostra que diferentes posições de trato podem ser percebidas como um mesmo som, e mais, nos mostra que mesmo pessoas com anatomias distintas conseguem, por ação dos articuladores, modificar como soa, alterando a “cor natural” da voz, utilizando a “cor desejada”.
regiões dos formantes F1 e F2 das vogais na fala e também dos instrumentos musicais
F1, F2 e F3 em varias vogais, que você pode comparar com a figura do Voce Vista que gravei acima.
Exemplos de sintonização de vogais abordados por estudos como os de Schutte e Miller (1993) e de LeBorgne (2001) são os cantores de elite de belting, que mostram que F1 (prImeiro formante) fica na altura de H2 (segundo harmônico) , e eles fazem isso elevando a laringe. O resultado é um som poderoso sem a necessidade de aumentar a adução das pregas vocais, fazendo o belting com “registro misto” (músculos trabalhando em conjunto, porém com predominância de TA sobre CT) e não “de peito” (TA sendo forçado), como alguns imaginam.

Abrir mais a mandíbula em vogais abertas como /a/ ajuda nesse caso, principalmente em notas hiperagudas, tanto no canto lírico como em estilos populares. Em vogais fechadas, como /u/ e /o/ abrir os lábios resolve e nas vogais /i/ e /e/ deve-se ampliar os espaços na cavidade oral, aplainando a língua. Dessa forma, F1 continuará acima da nota fundamental, mesmo em vogais que possuem primeiros formantes mais graves.

Aqui vale uma observação importante feita pelo Dr. Sundberg: Muitos professores de canto alarmam que laringe elevada equivale a risco vocal, porém, estudos nos mais diversos estilos musicais, até mesmo em sopranos de ópera encontram esse ajuste sendo utilizado, e mesmo assim suas carreiras são longas e bem sucedidas.

Não entenda isso como “cante sempre com a laringe alta, o Mauro falou que é melhor”. Não, laringe alta tensa é prejudicial, causa hiperfunção e pode gerar microtraumas na musculatura, que cobrarão seu preço ao longo do tempo. Porém, em determinados casos, como quando se quer um som de timbre mais agudizado, é uma opção a ser considerada. (não confundir laringe alta, socada na base da língua, com laringe elevada).

Novamente, vale aquela observação de que cantar requer trabalho muscular direcionado, o que é diferente de tensão generalizada, saber diferenciar os dois é o que vai resolver a vida de qualquer cantor.

A última parte deste artigo você pode ler clicando AQUI.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Formantes, ressonâncias, sintonização de vogais. Como utilizar? Parte 2

Esta é a segunda parte de um tecto que começou AQUI

Nosso trato vocal é capaz de criar vários formantes (que nada mais são do que ressonâncias), que são mostrados como picos dos parciais, mas normalmente estamos mais interessados nos 5 primeiros. Os dois primeiros, junto com o terceiro nos fazem identificar as vogais, os 3 últimos são responsáveis por alterar a “cor” (junto com a fonte glótica, não esqueça que os ajustes musculares na laringe afetam diretamente o som percebido também). 

Nós modificamos esses formantes alterando o comprimento do trato vocal e sua área (a posição dos articuladores), e a cada modificação teremos um timbre mais “claro” ou mais “escuro”, ou pensando em ciência, com maior ou menor reforço nos harmônicos agudos, respectivamente.
É importante atentar ao fato de que cada movimento no aparelho fonador altera a posição dos formantes (um dos primeiros ressonadores é o ventrículo laríngeo, uma cavidade formada entre as pregas vocais e as pregas vestibulares), o que implica trabalhar com eles você querendo ou não, sabendo que eles existem ou não, é apenas mais um dos inúmeros fenômenos que ocorrem na voz. E se eles estão lá, por que não conhecê-los? É mais uma ótima ferramenta que cantores e professores podem estar atentos, e estão, quando escolhem vogal, modificam posição de articulador, altura de laringe, etc..
 
Representação do tubo do trato vocal
e seus alargamentos e etreitamentos
que moldam os formantes e o som.
O comprimento do trato vocal é medido da glote (na altura das pregas vocais) até a saída dos lábios e/ou nariz e varia entre pessoas de diferentes tamanhos, sejam homens e mulheres adultos ou crianças, porém, nossa flexibilidade pode alongar ou encurtar esse comprimento, subindo ou descendo laringe, projetando os lábios para frente ou os abrindo em um sorriso.
Em termos práticos, quanto mais longo o trato vocal, mais grave os formantes (o chamado som “escuro”), e o contrário se aplica, encurtando o trato teremos formantes mais agudos (chamado som “claro” ou até “estridente”).

Já a alteração provocada pelas diferentes posições dos articuladores, e consequentes áreas no trato vocal tem uma variação mais complexa. O movimento de um único articulador, tende a alterar todo o conjunto de formantes, mas alguns deles são mais afetados que outros.

·         O primeiro formante F1 (garganta e faringe) se agudiza com maior abertura de mandíbula ou com constrição da faringe, ficando mais grave em aberturas menores.
·         F2 (boca) é predominantemente dominado pelo corpo da língua: Quando pressionamos a língua no palato duro (atrás dos dentes superiores) o segundo formante se eleva. Quando a língua pressiona na altura do palato mole (mais para trás da boca) F2 abaixa, especialmente se os lábios forem arredondados junto.
·         F3 sofre bastante alteração com a ponta da língua e o espaço que gera entre os dentes incisivos inferiores, diminuindo quando esse espaço aumenta, ou seja, deixar a ponta da língua encostada nos dentes de baixo eleva esse formante.
·         Os quarto, quinto e demais superiores são definidos mais pelo comprimento do trato vocal, porém o F4 ainda sofre bastante influência do formado do tubo da laringe, se mais amplo ou mais estreito.

Formantes em geral são reduzidos com alongamento (laringe baixa, lábios projetados para a frente) do tubo do trato vocal e aumentam com seu encurtamento (lábios estirados, como em um sorriso e laringe elevada).
Boca mais fechada reduz F1 e eleva F2, como na vogal /i/.
Constrição na faringe Eleva F1 e reduz F2, como na vogal /a/. 

Os picos dos 3 primeiros formantes
É graças a essas mudanças acústicas que um cantor consegue ser ouvido quando está a capella, e isso vale para a maioria dos cantos não amplificados, sejam eruditos ou populares, como os folclóricos ao redor do planeta. Graças a isso também uma voz pode soar “pra dentro”, “nasal”, “brilhante”, “abafada”, etc., e, como mencionado na parte 1, até mesmo interferir na vibração das pregas vocais, alterando os ajustes musculares.

Ainda não acaou, na próxima parte falarei sobre a sintonização de vogais para uma maior eficiência na voz.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Formantes, ressonâncias, sintonização de vogais. Como utilizar? Parte 1

Antes de começar a seguir o texto abaixo, assegure-se de ter lido ESTE AQUI SOBRE ARTICULADORES E ESTE AQUI SOBRE ACÚSTICA. Pois o tema de hoje é bastante complexo e um conhecimento prévio vai facilitar as coisas. Existem livros inteiros sobre o tema e tentarei expor pra vocês aqui no blog. Qualquer dúvida, manda aí embaixo.

Recapitulando brevemente: Nosso trato vocal é repleto de estruturas maleáveis, que se movimentam constantemente alterando seu formato, criando ou estreitando espaços através dos articuladores (língua, lábios, mandíbula, véu palatino, faringe e laringe). Cada espaço, ou cada formato, amplifica ou abafa diferentes as frequências geradas pelas pregas vocais de maneira particular, e as que são amplificadas com maior eficiência são chamadas de formantes pela ciência vocal e ressonância pelo canto.
Ou seja, cada posição de boca, faringe, altura de laringe, etc. ressoa com maior intensidade algumas das ondas sonoras produzidas pelas pregas vocais quando estão com uma forma e menos outras ondas, e esse cenário se modifica a cada novo formato do trato vocal.

Lembra da série harmônica? Emitimos uma nota e ela vem acompanhada de muitas outras frequências múltiplas mais altas. Nossos formantes vão pegar essas frequências e amplificá-las, modificando violentamente a característica do som que estamos emitindo e até afetando o modo de vibração das pregas vocais abaixo. 
Helena Daffern and Jude Brereton
O som é uma série de variações na pressão de ar, como pulsos de grande pressão alternando pulsos de baixa pressão. Quando cantamos uma nota, o pulso de ar passa pelas pregas vocais e chega ao trato vocal, podendo ser direcionado para fora, ou jogado de volta para dentro, de acordo com cada formato escolhido. Segundo o prof. Dr. Johan Sundberg, uma pressão que retorne no momento indevido da vibração das pregas vocais, pode paralisar sua vibração. Percebe-se aí a importância de trabalhar bem essa parte para ter a voz soando como desejado.
Foto do livro Ciência da Voz, de Johan Sundberg, tradução por Gláucia Lais Salomão
Recapitulando a acústica vocal: Emitimos uma nota fundamental, a nota que queremos cantar, além dela, inúmeros sobretons, chamados de parciais, e a alguns deles são harmônicos. Harmônicos são frequências múltiplas da nota fundamental, por exemplo, cantando uma nota Lá 2, que equivale normalmente a 220Hz (200 ciclos de vibração das pregas vocais por segundo), seus harmônicos estarão a 440Hz, 660Hz, 880Hz, e por aí vai.
A imagem do som
Na próxima pare deste texto, como cada formante é criado no corpo, e como moldá-los. CLIQUE AQUI PARA VER

terça-feira, 28 de abril de 2015

O AFI e a ressonância

Você conhece o AFI, ou IPA?

O Alfabeto Fonético Internacional (AFI), ou em inglês, International Phonetic Alphabet (IPA), é um alfabeto que demonstra como pronunciar qualquer vogal ou consoante de qualquer idioma do planeta. São aqueles símbolos estranhos que vemos em dicionários bilíngues.

Ex: above (əˈbəv).
Se você conhece os símbolos do IPA, é capaz de dizer a palavra acima com perfeição, e por isso é algo tão útil quando você vai treinar idiomas.
O símbolo ə representa a vogal neutra que chamamos de “schwa”

Mas o que isso tem a ver com canto, já que esse é um site sobre isso? Seria esse um texto sobre como cantar em outras línguas?

Não, apesar de servir pra isso também.

A questão aqui é mais importante ainda graças ao nosso mecanismo não linear de canto.
Muitas pessoas imaginam a voz com o ar saindo dos pulmões, passando pela laringe e saindo pelo trato vocal, mas não é só isso. Existe um complexo sistema de interação. O ar sai dos pulmões com certa pressão, a laringe vibra, gerando o som, o trato vocal filtra os harmônicos que a gente quer e, dependendo da forma que criamos, ele devolve mais ou menos pressão para dentro (pressão retroflexa), afetando o funcionamento da laringe e a maneira como estamos emitindo o ar, e tudo isso acontece ao mesmo tempo, sendo regulado pelo nosso cérebro através da percepção auditiva e da propriocepção.

Se você não leu o texto sobre o trato vocal, harmônicos e formante, pare agora e confira nos links abaixo, vai facilitar a compreensão deste artigo.


Esse sistema não linear implica que a posição da minha língua, lábios, abertura de boca, etc., vai influenciar no meu registro vocal (a pressão volta e afeta a laringe, onde são determinados os ajustes de voz de peito, voz de cabeça, falsete, etc.) facilitando ou dificultando o som, ou seja, ajudando ou prejudicando você a cantar. Sim, escolher a vogal certa pode resolver aquele probleminha que você está tendo com determinada nota.

Aí entra o AFI/IPA. Bons professores de canto sabem como utilizar cada vogal para cada objetivo, até mesmo em diferentes alturas de notas a vogal escolhida favorece um tipo de ajuste ou outro, um registro ou outro. É a ação dos formantes, a nossa boa e velha ressonância.

Portanto, pense na ressonância como esses movimentos e espaços criados no trato vocal, será muito mais fácil de entender do que “voz que vibra aqui” ou “vibra ali”. Veja como essa sensação de vibração nada mais é do que a região onde tem maior estreitamento, como entre a língua e o céu da boca ("vibra pra frente ou pra cima") ou da língua com a faringe ("vibra pra cima, ou pra trás").
Posição da língua nas vogais abertas
Posição da língua nas vogais fechadas


À esquerda da linha, as vogais de boca alargada
à direita, as de boca mais arredondada

No AFI, você vai encontrar a posição de abertura de boca e língua mais adequados (daí a importância, muitas vezes negligenciada, de treinar a capacidade de movimentação independente de cada um dos articuladores da voz) para o som que deseja, através do que alguns chamam de “sintonização de vogais”.

Comece a ouvir seus cantores favoritos e perceber como eles alteram (consciente ou inconscientemente) as vogais durante algumas palavras, e perceba que isso não afeta a inteligibilidade do contexto.

Além das vogais, que são os condutores do canto, o AFI mostra as posições onde são geradas as consoantes, e isso pode nos ajudar a articular as palavras de um jeito que elas não influenciem negativamente, e em muitos casos, o mau uso das consoantes pode acabar com o resultado sonoro e nem perceberemos que elas são as culpadas.

Algumas consoantes, como as fricativas e nasais também são ótimas para nos ajudar em situações como trabalhar passagens, saltos e quantidade de tensão muscular das pregas vocais. Percebe a importância?
Em cada célula existem duas colunas. Na esquerda, estão as consoantes surdas
na direita as sonoras, ou seja, com vibração de pregas vocais

Em regras gerais, vogais mais fechadas, como /i/ e /u/ facilitam aliviar o registro, e vogais abertas como /a/ e /ɛ/ facilitam registros mais pesados.

Nesse link você encontra a lista completa do alfabeto fonético e poderá ouvir cada um dos sinais
http://www.internationalphoneticalphabet.org/ipa-sounds/ipa-chart-with-sounds/

Não esqueça de desenvolver a independência e flexibilidade dos articuladores, eles não vão definir "apenas" sua diccão, mas participam de todo o conjunto para gerar o som que você quer. Talvez seja isso que está faltando.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Resumo do Workshop - Fisiologia da voz e técnica vocal no rock

No dia 16 de abril é comemorado o dia mundial da voz, e neste ano participei ministrando um WORKSHOP sobre fisiologia e técnica vocal no rock e derivados.

O WORKSHOP foi no dia 17, sexta-feira. na Escola RUAH Arte Música, que me convidou e cedeu o espaço.
No site internacional do World Voice Day, o workshop aparece pelo link Workshop no WVD 2015

Foi uma alegria enorme poder preparar esse curso especial e encontrar cantores, professores e fonoaudiólogos interessadas em aprender e compartilhar suas experiências em mais de 3 horas de curso, onde procurei mesclar parte teórica e prática.
 Os temas abordados foram:

  • Avanços e história da ciência vocal
  • O que é a técnica vocal
  • Aquecimento vocal - sua importância e modelo de aquecimento para cantor de rock
  • Anatomia e fisiologia das pregas vocais
  • Anatomia e fisiologia da laringe em geral, músculos extrínsecos e intrínsecos e como desenvolvê-los
  • Anatomia e fisiologia da respiração no canto, e como trabalhar o apoio respiratório no canto em geral e nos momentos mais intensos do rock
  • Registros vocais e os ajustes musculares que os produzem, e como acessaá-los
  • Ressonância e articulação
  • Canto harmônico, e como emitir duas notas ao mesmo tempo
  • Estéticas vocais 
  • Vibrato
  • Técnica e ajustes vocais no rock
  • Distorções vocais. As pesquisas publicadas e métodos de treinar diferentes formas de criar o que muitos conhecem como drives ou voz rasgada
  • Dicas para cantores de rock e metal, a importência de ser um atleta da voz
  • Desaquecimento Vocal
Como puderam perceber, foi um curso denso, com bastante conteúdo, e estou muito satisfeito por ter feito tudo com uma base sólida científica por trás das informações, mencionando fontes e promovendo o bom uso da ciência vocal, da forma como acredito ser a melhor para a evolução do canto e da pedagogia vocal, quebrando mitos e tabus historicamente estabelecidos.

Quero agradecer imensamente à equipe da escola Ruah, e ao participantes do evento, desejando que cada um possa ter aproveitado tanto quanto eu.

Nos vemos ne próxima oportunidade

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Os seios da face e a "voz na máscara"

Um dos assuntos mais controversos na história do canto é a ação dos seios da face no som, tanto que foi alvo de uma palestra do Prof. Dr. Johan Sundberg em sua passagem pelo Brasil.
Por séculos se especulou que eles serviriam como amplificadores, mas, o que dizem os estudos mais recentes sobre o assunto?

Antes, vamos entender sobre o que estamos falando.

Os seios da face, ou, seios paranasais, são cavidades cheias de ar no nosso crânio. Quem sofre com sinusite conhece bem. Veja o vídeo abaixo com um animação mostrando onde ficam.


Na história do canto encontramos muitos tratados e métodos elencando essas cavidades como amplificadores da voz, elas seriam caixas acústicas para nosso som, e deveriam ser exploradas para gerar mais volume na voz. 

Porém, essa ideia mudou quando cientistas começaram a fazer experimentos preenchendo as cavidades de cadáveres com leite, cimento, etc., e percebendo que elas não amplificavam coisa alguma, até que mais recentemente descobriram, por meio de modelos, que além de não amplificar o som, elas reduzem a intensidade de certas frequências, criam resistência no sopro de ar e “roubam” o som. O que descobriram é que os seios da face são na verdade, abafadores do som, e não amplificadores.

Mas e a famosa “voz na máscara” do canto lírico, que definitivamente melhora o som?

 - "Voz na máscara" é uma expressão utilizada por muitos professores de canto para denominar a sensação de vibração na altura dos seios da face durante o canto. Em alguns métodos de pedagogia vocal, "colocar a voz na máscara" projeta o som da maneira ideal para o canto, principalmente na ópera -

A resposta da questão anterior não é tão simples. Ainda não se sabe o que causam as sensações de vibração no rosto quando cantamos deste ou daquele jeito, mas para muitos cantores, elas servem como referência pessoal de um som adequado ou não, dependendo do que querem produzir. Serve como retorno sensorial do som produzido.

Podem ser reflexos de vibrações nas vias orais, podem ser impressões criadas pelo cérebro, autossugestão, qualquer coisa.

No final das contas, pouco importa na prática para que servem, e sim se isso te ajuda ou não no desenvolvimento vocal, se ajuda, continue fazendo, se não, saiba que não é por falta de qualidade sua. O importante é saber para o que não serve, assim evitamos perpetuar os mitos e lendas que envolvem a técnica vocal.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

É possível cantar 2 notas ao mesmo tempo.


Recentemente, um vídeo de uma cantora fazendo uma manobra vocal “sobre-humana” invadiu as redes sociais. Trata-se de Anna-Maria Hefele mostrando uma habilidade e controle incríveis dos harmônicos da voz para emitir 2 notas ao mesmo.
Também ao mesmo tempo, surgiram reportagens dizendo que emitir 2 notas simultâneas seria algo “extremamente raro”, um “talento para poucos”, e aquela besteira sensacionalista que estamos acostumados, e que combato sempre aqui no blog.

Alguns acham que ela utiliza 2 fontes sonoras, outros que ela faz algo quase que digno dos x-men, mas, afinal de contas, como é possível alguém emitir 2 notas? Será que a cantora do vídeo é um fenômeno raro? De onde surgiu essa prática?

Quem leu meus textos sobre acústica e trato vocal (consulte no índice ao lado) já sacou que não há nada de extra-terrestre na Anna-Maria, exceto pelo seu domínio incrível de manipular diferentemente esses sons, que chamamos de sobretons.

Retomando e resumindo o tema: Quando o ar passa pelas pregas vocais, a vibração da mucosa dessas pregas gera uma nota fundamental, que é aquela que queremos cantar, e somado, gera uma série de outras notas. No nosso trato vocal, essas frequências emitidas serão abafadas ou amplificadas e quando ouvidas em conjunto formarão o timbre, o tipo de som, aquilo que diferencia a sua voz da do seu vizinho, de uma chaleira, de um colibri, de um violino, e tudo mais no planeta. Ou seja, quando cantamos uma nota, cantamos uma infinidade delas, os harmônicos, e inconscientemente selecionamos alguns para criar sons culturalmente compreensíveis.

Aí entra a técnica do overtone. Com alguns movimentos do trato vocal (língua, lábios, palato, etc.) somos capazes de abafar mais ainda alguns harmônicos e amplificar incrivelmente outros (através dos formantes), fazendo com que eles se destaquem e apareçam como uma nova nota somada à primeira, a fundamental. O canto de overtones, ou canto harmônico, ou difônico, nada mais é que cantar uma nota e posicionar o trato vocal para que ele mostre outra nota junto.

Apresento Miroslav Grosser, um alemão que tem uma série de vídeo aulas sobre o tema, é muito fácil reproduzir overtones, até não contores conseguem fazer facilemente. Mas calma, ter o controle da Anna-Maria já é algo bem mais complexo e exige um trainamento muito mais refinado. 

Siga os passos do Miroslav no video a seguir e divirta-se. O mais fácil que ele fala é transitar lentamente entre as vogais I e U, tentando ouvir os harmônicos saltando.

Essa prática não surgiu agora, ela é milenar, e encontrada em países como Mongólia, Tuva (uma região da Sibéria), Tibet, Cazaquistão, Turcomenistão. Atualmente é muito fácil encontrar artistas desses países no youtube, e vou deixar aqui uma seleção bastante interessante.

Em algumas das técnicas (são várias) existem também a vibração das pregas vestibulares (lembra dos drives?) e o som sai ainda mais esquisito, para nós ocidentais.

Miroslav Grosser destruindo:
O grupo Huun Huur Tu:
De Tuva:
Rock mongol com overtone:
Techno com overtone:


Lembre-se, voz é moldável, se você quer fazer, basta treinar da forma correta.

Pra quem se interessar, aqui está um artigo completo sobre a técnica dos cantores de Tuva, é fantástico:
https://math.dartmouth.edu/archive/m5f10/public_html/Levin1999SciAm_tuvan_throat_singing.pdf

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Articuladores e ressonadores da voz - Parte 3

Não leia este artigo caso não tenha passado pelas PARTE 1 e PARTE 2 do mesmo:

As formas de produção sonora vistas no último post (escape, explosão ou vibração) associadas aos pontos de articulação isolodos ou combinados, normalmente com a vibração das pregas vocais, ou mesmo das pregas vestibulares e outras estruturas laríngeas, produzem os sons que conhecemos. Consoantes (mudas ou sonoras), vogais, ruídos, efeitos sonoros, etc.


Cada vogal ou consoante que queremos falar ou cantar possui a sua “forma” na boca, a combinação das partes (língua, mandíbula, faringe, palato mole, etc.) é responsável por transformar o som laríngeo em algo que reconhecemos culturalmente e traduzimos como fala e/ou canto. Muito comum é um cantor inexperiente associar um aumento de volume ou de nota ao abrir mais da boca, ou terminar as frases fechando o som e a boca juntos, mas ao fazer isso ele está alterando a posição dos ressonadores, modificando os formantes que geram as vogais (falaremos disso em breve), alterando o som produzido, um “A”, pode se tornar “Ô, um “I” pode se tornar “Ê” ou “É”, etc. E é importante definir se cantamos “posso” ou “poço”, “forma” de bolo ou “forma” física, e por aí vai.

Todas essas estruturas são utilizadas durante a fala, mas com muito mais intensidade durante o canto, por isso é necessário desenvolver suas capacidades motoras, ampliar sua movimentação, tônus e controle. Esse ajuste preciso dos ressonadores e articuladores pode resolver problemas vocais como nasalidade, voz entubada, dura, pouco inteligível, e também aquela voz opaca, sem energia.

Portanto, é muito importante que haja um trabalho no sentido de flexibilizar e potencializar a movimentação de todo esse mecanismo para tornar a articulação mais fácil e a produção vocal mais livre. Talvez pessoas mais extrovertidas, ou de famílias mais “barulhentas” possam ter menos dificuldade com essa parte, mas isso não significa que sejam mais talentosas, mesmo que no começo o som saia mais claro e vibrante nessas pessoas (hipótese), apenas estão em um estagio de desenvolvimento diferente. Os mais tímidos e fechados podem, com dedicação, consciência e direcionamento correto, resolver essas questões sem maiores problemas.

Um outro detalhe SUPER importante, e que merece grande atenção de professores e alunos de canto, é o treino da independência das partes do trato vocal. Cantores com pouco controle tendem a movimentar a língua quando abrem ou fecham a boca, contrair ou relaxar o palato mole quando movem os lábios, etc. e outros tipos do que chamo de "movimentação em bloco'. Essa falta de liberdade na movimentação do trato vocal pode limitar muito nossa voz, impedindo até de atingir notas mais agudas ou criar efeitos como vibratos e distorções, por conta de tensões completamente desnecessárias, ou flacidez em musculaturas que deveriam estar mantendo o tônus, mas que estão apenas acompanhando uma tentativa de "relaxar" algum outro lugar. É importante garantir que a língua só se mova quando ela precisar se mover, não quando for "levada", e o mesmo vale para faringe, laringe, maxilar, véu palatino, musculatura extrínseca da laringe (dos ombros e pescoço), etc.. A postura é fator que contribu, e muiro, para essa independência ou "prisão". 

Exercícios para trabalhar essa articulação existem há milênios. Reza a lenda que os gregos treinavam oratória com pedras na boca discursando no penhasco para o oceano, no ótimo filme “O Discurso do Rei” o próprio tem que falar com bolinhas de gude na boca para curar sua gagueira. Os trava-línguas (três tigres tristes comeram três pratos de trigo, etc.) são muito usados ainda hoje, mas existem também exercícios funcionais que vão direto ao ponto e que seu professor deve conhecer, ou mesmo um fonoaudiólogo.

Em outro texto aqui no site falo sobre a acústica da voz e como ela determina o som que produzimos através das tais formas do trato vocal (Conheça clicando AQUI), mas é importante saber que, entre outras coisas, o controle dos ressonadores amplifica o volume, a intensidade da voz. Muitos cantores tentam cantar mais forte aumentando a pressão de ar (pressionando o abdome com mais força), mesmo que inconscientemente, e isso dificulta em muito o canto, podendo causar tensões indesejáveis na laringe que podem até se transformar em lesões, além de instabilidade e perda do controle vocal. 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Articuladores e ressonadores da voz - Parte 2

Se você caiu aqui sem querer, confira a primeira parte do artigo AQUI

Os articuladores trabalham sozinhos ou separados, dependendo do som desejado. Fazemos isso tudo inconscientemente na fala e no canto, mas é interessante saber o que está acontecendo para podermos detectar possíveis falhas no mecanismo e providenciar a correção.

Veja-os trabalhando. Infelizmente o vídeo não tem audio. 
 
 

O francês François Le Huche fala em 6 pontos de articulação da voz em seu idioma, as seis “torneiras” da voz, ele considera apenas os fonemas de sua língua. É possível articular de outras formas em outras línguas, como as de origem anglo-saxã, orientais, africanas, ou mesmo em diferentes regiões do Brasil.

As “torneiras” descritas por Le Huche são:
Lábios ou lábio inferior contra o bordo inferior (a serrinha) dos dentes incisivos superiores - como quando seguramos um “V”, um “F” ou articulamos um “P”, ou “B”. Atenção para não segurar com som de “vêêêêêê”, assim você está mantendo a vogal “ê” e não a consoante “v”, o mesmo vale para todas as outras.

Dorso (corpo) da língua contra os incisivos superiores ou face posterior (costas) dos incisivos e gengiva superiores - faça um “Z” prolongado e tente perceber, ou um “S” ou fale um “T”, ou “D”.

Dorso da língua contra palato (a parte óssea, frontal) - “R” ou “K” (apenas o K, não o “Kaaaa”, assim você seguraria o “a”), ou “Ch”, ou “G”.

Pregas vocais - esse ponto de articulação produz as frequências que são combinadas com as outras articulações e ressonadores criando os sons de vogais e algumas consoantes sonorizadas como V, J, Z, M, N, etc.

Véu do palato (palato mole) contra teto da rinofaringe - usado em efeitos, como ronco ou o som que imita o Pato Donald.

Orifícios das narinas - pouco usado na comunicação, mas também produz som, tente soprar pelo nariz.

Em cada um desses estreitamentos o som pode ser produzido de 3 formas distintas: escape, explosão e vibração. O ar pode ser obstruído como em um “V” (escape), obstruído e liberado repentinamente como em um “P” (explosão) ou provocar vibração dos órgãos, como acontece num “M” ou “N”.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Articuladores e ressonadores da voz - Parte 1

Vamos falar um pouco sobre os articuladores e ressonadores da voz, é o famoso Trato Vocal.

Como escrevi nos textos sobre respiração, o ar que sai dos pulmões faz as pregas vocais vibrarem, produzindo uma frequência, um som, esse som é tratado e modificado pelos ressonadores no nosso trato vocal, sendo os principais a faringe e a boca, existe também influência das fossas nasais, e nada comprovado em relação aos seios da face (cavidades ocas no crânio). Muitos ainda acham que esses seios da face têm função de amplificação sonora, que “fazem o som girar”, e coisas do tipo, mas após inumeros estudos essa função não foi comprovada, aliás, não se sabe ao certo o porquê desses espaços no crânio, considera-se atualmente que sejam apenas lacunas deixadas pelo processo evolutivo, um ótimo lugar para infecções, como a sinusite.

Quais são e o que fazem esses ressonadores/articuladores?

Os movimentos realizados pelo maxilar inferior (mandíbula) afetam significativamente a fala e o canto, e esses podem ser de abaixamento/levantamento, pra frente/trás e para os lados. Cada um desses movimentos altera o espaço e formato da cavidade oral (boca).

Uma observação. Fazendo a interligação entre o maxilar inferior e a fossa mandibular, acima, está a articulação temporomandibular (ATM) algumas pessoas podem possuir desvios nessa articulação, o que interfere no movimento mandibular, e consequentemente na articulação na voz, podendo causar estalos ou dores ao abrir muito a boca.

A faringe está atrás das fossas nasais, boca e laringe e segue até o esôfago. É dividida em 3 partes, hipofaringe (antigamente laringofaringe, como na figura), orofaringe e rinofaringe (antigamente nasofaringe). Seu estreitamento ou alargamento altera a formação dos harmônicos na voz.

Véu do palato é o céu da boca, ele tem sua parte anterior (frete) óssea (palato duro), rígida e a posterior (o final) é flexível, onde fica a úvula, ou campainha. Essa parte flexível do véu do palato, ou palato mole, pode se erguer ou abaixar durante a fonação, como ocorre quando bocejamos, faça o teste de frente para um espelho.

Outro articulador de extrema importância para nossa voz é a língua, ela é capaz de realizar uma série de movimentos e formas diferentes, modificando o espaço na boca.

As fossas nasais são cavidades acima da cavidade bucal que se prolongam até as cavidades do nariz e abrem-se para trás dentro da rinofaringe, é utilizando esse espaço que produzimos sons como o “M” ou “N”, por exemplo.

Também altera o som os músculos faciais, principalmente os dos lábios e nariz e os dentes.

Clique AQUI para a segunda parte deste artigo.