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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Cantar “rasgando a voz” pode ser uma prática saudável?

Esse é o título da comunicação que escrevi para o pediódico DIC - Distúrbios da Comunicação, junto com minha orientadora do mestrado, a fonoaudióloga Dra. Marta Assumpção de Andrada e Silva.

O texto é um panorama geral sobre as distorções, as pesquisas realizadas, os métodos de ensino e o que se sabe sobre a manutenção da saúde vocal ao realizá-las

Eis o resumo da obra: Cantar com a voz distorcida ou rasgada como é mais conhecido popularmente é comum em diversas formas de canto e não apenas no rock. As chamadas distorções vocais intencionais estão presentes na música há muitos anos e nas mais diversas culturas humanas. Mesmo assim esses tipos de produção ainda esbarram em preconceitos no sentido de se considerar, sem comprovação científica, que são prejudiciais à saúde vocal. O objetivo desta comunicação foi refletir sobre as distorções vocais intencionais no canto em um diálogo entre a Música e os campos que estudam a voz cantada como a Fonoaudiologia e a Laringologia. Na perspectiva de expandir o conhecimento sobre essas formas de emissão e relacionar as pesquisas que investigaram o assunto.

Se você quiser ler o texto na íntegra, é só baixar o PDF, de graça, no link: https://revistas.pucsp.br/dic/article/view/38335

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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Resumo do Workshop - Fisiologia da voz e técnica vocal no rock

No dia 16 de abril é comemorado o dia mundial da voz, e neste ano participei ministrando um WORKSHOP sobre fisiologia e técnica vocal no rock e derivados.

O WORKSHOP foi no dia 17, sexta-feira. na Escola RUAH Arte Música, que me convidou e cedeu o espaço.
No site internacional do World Voice Day, o workshop aparece pelo link Workshop no WVD 2015

Foi uma alegria enorme poder preparar esse curso especial e encontrar cantores, professores e fonoaudiólogos interessadas em aprender e compartilhar suas experiências em mais de 3 horas de curso, onde procurei mesclar parte teórica e prática.
 Os temas abordados foram:

  • Avanços e história da ciência vocal
  • O que é a técnica vocal
  • Aquecimento vocal - sua importância e modelo de aquecimento para cantor de rock
  • Anatomia e fisiologia das pregas vocais
  • Anatomia e fisiologia da laringe em geral, músculos extrínsecos e intrínsecos e como desenvolvê-los
  • Anatomia e fisiologia da respiração no canto, e como trabalhar o apoio respiratório no canto em geral e nos momentos mais intensos do rock
  • Registros vocais e os ajustes musculares que os produzem, e como acessaá-los
  • Ressonância e articulação
  • Canto harmônico, e como emitir duas notas ao mesmo tempo
  • Estéticas vocais 
  • Vibrato
  • Técnica e ajustes vocais no rock
  • Distorções vocais. As pesquisas publicadas e métodos de treinar diferentes formas de criar o que muitos conhecem como drives ou voz rasgada
  • Dicas para cantores de rock e metal, a importência de ser um atleta da voz
  • Desaquecimento Vocal
Como puderam perceber, foi um curso denso, com bastante conteúdo, e estou muito satisfeito por ter feito tudo com uma base sólida científica por trás das informações, mencionando fontes e promovendo o bom uso da ciência vocal, da forma como acredito ser a melhor para a evolução do canto e da pedagogia vocal, quebrando mitos e tabus historicamente estabelecidos.

Quero agradecer imensamente à equipe da escola Ruah, e ao participantes do evento, desejando que cada um possa ter aproveitado tanto quanto eu.

Nos vemos ne próxima oportunidade

sábado, 21 de março de 2015

Workshop sobre técnica vocal para Rock

Amigos,

No dia 16 de abril é comemorado o dia mundial da voz, e dessa vez participarei do evento ministrando um WORKSHOP gratuito sobre fisiologia e técnica vocal no rock e derivados.

O WORKSHOP será no dia 17, sexta-feira.

Não precisa pagar, não precisa levar nada, apenas inscrever-se pelo facebook da Escola RUAH Arte Música (LINK), que vai ceder o espaço.
A escola fica na Liberdade, pertinho do metrô Sé, e da Liberdade também, é só escolher.
Rua da Glória 73, cj 3

Falarei sobre respiração, registros vocais, ressonância, distorções vocais (os famosos drives), etc. Será uma grande oportunidade para trocarmos informações e aprendermos juntos.

Espero vocês por lá e atenção, as inscrições são LIMITADAS
No site internacional do World Voice Day, o workshop aparece pelo link Workshop no WVD 2015


terça-feira, 29 de abril de 2014

Resultado Parcial: Estudo sobre pedagogia vocal rock no país.

Após um mês recebendo respostas pelo formulário online, a pesquisa com professores de técnica vocal rock e metal no Brasil mostra os seguintes resultados parciais.

Lembrando que o estudo ainda não foi encerrado, e você, professor de canto, pode participar pelo link: https://docs.google.com/forms/d/1kcCSrwZS6ga3MYjWL9HHtxrFXBF4VIEDlJaGQ38Yxjg/viewform

Participe e ajude-nos a conhecer o cenário da pedagogia vocal rock brasileira.

Resultados parciais:
  • Média de idade dos professores: 32 anos. Cantam há 15 anos e dão aula de canto há 8
  • A maioria dos que responderam são do Estado de São Paulo, 65%.
  • 52% deles são formados em Música.
  • Para 43% desses professores, os problemas de técnica vocal dos cantores estão relacionados ao excesso de tensões musculares, 22% culpam mais o mau uso do apoio respiratório.
  • Os métodos de canto mais utilizados, até o momento, são o Speech Level Singing e o Bel Canto.
  • Apenas 18% desses professores fizeram aulas de canto com técnica específica para o rock, e apenas 29% aprenderam técnicas de pedagogia vocal voltadas ao rock, a maioria adapta metodologias do canto popular e erudito.
  • 43% acreditam que existem tipos de drive que são prejudiciais e outros não, e isso independe da técnica dos cantores, enquanto 57% pensam que não existe drive prejudicial se o cantor souber realizá-lo.
  • 61% consideram essencial conhecer anatomia e fisiologia vocal para dar aula.


O resultado final dessas questões e de outras, que estão na pesquisa, serão conhecidos em breve.

Discussões até o momento

Pelas respostas dadas até o presente momento, notamos que professores de canto no rock são jovens, e começam a  dar aula, em média, com 7 anos de experiência em canto, mas poucos receberam especialização no estilo, muitos se baseando no canto erudito, o que gera discordâncias entre eles, como a que vemos no tema drives vocais.


Será que no país todo, temos 65% dos professores que ensinam rock em SP? Continuem respondendo, vamos tentar deixar esse estudo o mais fiel possível à nossa realidade.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Como aprender a cantar rock?

Mais um tema abordado durante o 1º Congresso Brasileiro de Profissionais da Voz Rock, a diferença entre técnica vocal e estética vocal.

Entendamos técnica vocal como o controle do instrumento voz, saber dominar os ajustes musculares que formam os regristros, o trato vocal, que cuida das ressonâncias, a respiração, etc., toda a parte mecânica de como produzir os sons. A técnica vai dizer o que você consegue fazer com sua voz.
Já a estética vocal é o grupo de ajustes que serão escolhidos de acordo com a música ou gênero que você vai cantar, ex: pra cantar Bossa Nova, a voz costuma ser mais leve, muitas vezes soprosa; No power metal, você cantará notas agudas mas sem produzir um falsete tradicional, é preciso utilizar uma configuração muscular mais potente (não em volume); Cantando sertanejo um ajuste mais agudo e metalizado; Thrash você vai usar drives o tempo todo. Portanto, enquanto a técnica é tudo o que você pode fazer, a estética é tudo o que a música pede pra você fazer.

Alguns cantores possuem técnica específica para cantar apenas um tipo de estética, outros são mais flexíveis, vai depender da vontade de cada um treinar apenas o suficiente ou buscar mais opções, assim surgem aqueles que se destacam em seus estilos, fazendo coisas não habituais e inesperadas.

A diferenciação acima foi apenas para introduzir a verdadeira intenção do post, que é a de descobrir como os professores de canto têm trabalhado a técnica vocal para a estética do rock e estilos derivados (metal, punk, thrash, hardcore, etc.) com seus alunos.

Para isso, desenvolvi uma pesquisa, com ajuda do time de estrelas do CEV - Centro de Estudos da Voz, para conhecer e verificar o que os professores ensinam aos seus alunos rockers, sua formação, qual o ponto de vista deles sobre a voz, suas metodologias, como buscam informações e quais as perspectivas para a prática.

Portando, se você é um desses professores, ajude-nos, preencha a pesquisa, é de graça e seu nome não será conhecido, levará apenas alguns minutos. Depois, divulgue para seus colegas, quanto mais opiniões colhidas, melhor será a análise, e mais material poderá ser produzido.
Se você é aluno, mostre isso para seu professor e conhecidos.

Clique no link abaixo e deixe sua opinião e visão sobre a voz no rock.

http://goo.gl/GxuKb8

Agradecimentos ao pessoal que está ajudando a divulgar:
Todos do 1º Congresso de Profissionais da Voz Rock
Portal do inferno
Metal Militia Web Radio
E o pessoal no facebook que curte e compartilha.

Obrigado!!!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

1º Congresso Brasileiro de Profissionais da Voz Rock

Nos dias 15 e 16 de março, na Faculdade Souza Lima, vai acontecer um congresso que vai reunir otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos, professores de canto e cantores para discutir o estudo e a prática do canto rock n roll.

Eu serei um dos palestrantes, vou falar no dia 16, entre as 16h e 18h, sobre o cenário do ensino de rock para cantores no Estado de São Paulo, e também sobre a importância e como se atualizar e buscar fontes confiáveis de informação sobre voz e técnica vocal para aprimorar as aulas.

Gravei uma entrevista sobre o congresso e os temas que vou abordar lá com outro professor bastante interessado no assunto, que é o Marcio Marxx, que dá aulas em SP também, e aí vai o video para vocês assistirem.

Será um evento muito interessante e com uma missão bastante nobre, de melhorar a pedagogia vocal e a técnica, com saúde, dos cantores, e não apenas de rock.

Portanto, se você não quer perder esse evento, e essa oportunidade, entre no SITE DO CONGRESSO (AQUI) e inscreva-se. muitos ótimos profissionais estarão lá e terão muito a acrescentar para cantores, produtores e interessados em música. 

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

É verdade que quem faz drive danifica a voz?


Vamos falar primeiro sobre o que é drive.

Drive é aquela “rasgada” na voz, aquele som distorcido que pode lembrar uma voz rouca ou quase um latido de cachorro bravo, usado normalmente para dar maior agressividade na voz, ou mais ênfase em determinado som. 
Para quem toca guitarra, é o mesmo nome do efeito que distorce o som, deixando aquele “chiado” característico. Aliás nome para o drive é o que não falta (o termo "drive" só é utilizado no Brasil, fora você ouve raspy voice, creeky voice, distorted voice, sing with gravel, grip, etc.), mas não vou entrar nesse mérito, o importante saber é que existem vários tipos de distorção, que vão variar de acordo com as estruturas que vibrarem fazendo esse "barulho".

Confira Jorn Lande, um ótimo exemplo de drives.

Mas engana-se quem pensa que é uma técnica exclusiva do rock, heavy metal e da música pesada, o drive, chamado de desvio vocal pelos estudiosos da voz, também é muito comum no blues, jazz, etc. você encontra em gospel, pop e até mesmo na música sertaneja (vide Bruno e Marrone) ou folclórica de diversas regiões do planeta, a música erudita também utiliza o drive como recurso estético, como na ópera "Tosca" de Puccini, quando morre Scarpia.

Atualmente esse tema é estudado no mundo todo, por pesquisadores, cientistas vocais e professores de canto de vários países, como: Enrico Di Lorenzo, Per Ake Lindestad, Daniel Zangger Borch, Cathrine Sadolin, Julian McGlashan, Melissa Cross, Jamie Vendera, Mark Baxter, Brian "Hacksaw" Williams e Guilherme Pecoraro e Ariel Coelho, brasileiros, além deste que escreve, e muitos outros ao redor do mundo, já com diversos artigos científicos e alguns métodos publicados. Muito tem se descoberto sobre o assunto, mas ainda há muito o que se entender, e, respondendo a questão inicial, já se sabe que esses efeitos de distorção vocal podem ser feitos sem prejuízo para a voz se forem feitos da maneira correta, respeitando o estágio técnico e resistência de cada um.

Fisiologicamente, essa distorção é causada pela adição de mecanismos que vão trabalhar acima das pregas vocais, como as pregas vestibulares, pregas ariepiglóticas, a epiglote, cartilagens cuneiformes, palato, ou mesmo por uma vibração aperiódica (em ritmo irregular proposital) das pregas vocais. Quanto mais coisas vibrarem, mais distorcido fica o som, mais agressivo. Alguns são feito sem a utilização das pregas vocais, o que impede o som de ter melodia definida, enquanto outros mantém sua vibração, e as notas são cantadas normalmente,apenas adicionando os "ruídos", como um pedal de distorção de guitarra.

Hoje em dia podemos encontrar infinitos nomes para esses diferentes tipos de drives, o que pode confundir aquele que tenta aprender, pois vai achar um som com um nome em um método e com um diferente em outro. Infelizmente essas coisas não seguem um padrão, e dependem muito mais do marketing, da vontade de parecer inovador e de vender o peixe de cada um do que de qualquer outra coisa.

A pressão de ar pode ser maior dependendo do tipo de distorção criadoo, mas não pode ser exagerada. O que causa dano é tentar realizar esse som arranhando ou comprimindo a estrutura da laringe de forma abusiva, o famoso “na raça”,com uma grande pressão de ar, ou com a estrutura sem condicionamento e resistência suficientes, mais do que nunca, nos drives, a conciência dos ajustes musculares é importantíssima, bem como cuidados gerais de higiene vocal e noção de quanto seu corpo pode ser exigido em cada momento.
na figura: as pregas vocais (vocal fold) com o músculo vocal, ou TA (vocalis muscle), as pregas vetibulares logo acima (vestibular fold) e a epiglote lá no alto (epiglottis)

O ideal, segundo alguns pesquisadores, é alternar momentos “limpos” com momentos “rasgados” poupando o mecanismo vocal e evitando uma fadiga exagerada, pois sabemos que cantar com os músculos cansados não é inteligente, assim como um jogador de futebol, que pede para ser substituído quando sente que se houver esforço maior pode ter uma contusão desnecessária.

O importante é treinar e se preparar bem. Não tente pular etapas, não tenha pressa para desenvolver seus drives, isso sim é nocivo, pois esses efeitos precisam de um preparo físico mais elaborado, precisam de força e resistência que não surgem de uma hora para outra, e principalmente, precisam de uma capacidade de auto percepção e controle, que somente com uma técnica vocal apurada você consegue ter de fato. 
Lembre-se, você não encontra sua voz, você a desenvolve, e o drive, como em todo o resto do estudo de canto, passa pelo processo de entender como faz, se adaptar, fazer com facilidade e só então fortalecer.

Outra pergunta comum a esse respeito é: Se é preciso uma anatomia privilegiada, uma voz específica para realizar esse tipo de som? Claro que alguns cantores possuem vozes roucas ou características naturais que facilitam o trabalho, mas não, você não precisa ter "nascido para fazer drive", você precisa de um treinamento correto, consciência e paciência.

Angela Gossow, mostrando que até o drive mais "brutal" pode ser feito por qualquer um.

É uma técnica perigosa? Para quem faz errado cantar é perigoso, falar é perigoso, atravessar a rua é perigoso. O drive não é o problema, o que é feito antes dele é que causa os danos, se você canta com muita força e pressão, o drive só vai mostrar isso mais claramente. Condicione sua voz, trabalhe ela como um todo, e aí terá drive, saúde vocal e muita diversão!!!